Até ha bem pouco ainda era vulgar…

                                                        

ver os carros pela aldeia puxados pelos animais quer bois ,vacas, mulas ou burras, aqui a maioria era puxado pelas juntas de vacas que existiam na aldeia.

 

Eram de uma importância enorme, serviam para tudo transportar, o agricultor cuidava do seu carro como hoje se cuida o seu automóvel.

A sua construção era muito dispendiosa para as posses dos pobres agricultores desta terra, bem conservados duravam mais de 30 anos.

As rodas eram construídas em madeira de freixo que ficava três anos a secar antes de ser usada e tinham duas aberturas que as tornavam mais leves e mais elegantes, sendo depois ferradas com ferro o que as tornava muito mais resistentes.

As varas eram de olmo devido a sua flexibilidade assim como as angarelas e o sobrado do carro, cada agricultor tentava ter o seu carro as melhores possíveis havendo até rivalidade nas pinturas e nos dizeres das angarelas.

Os carros eram usados para o transporte de tudo, eles apanharam a pedra que construiu as casas a cantaria que foi usada na construção da Ponde de Remondes assim como na Igreja Matriz.

Ainda me lembro, do tempo em que na altura da apanha do pão, se viam e ouviam tantos seguindo uns atrás dos outros com os molhos bem arrumados, com o seu chilrear não havia nenhum que fosse igual ao outro era algo que nunca mais esquecerei, quantas vezes foi ver os carros chegar as eiras.

O povo dizia que o chiar do carro era a alegria que ele sentia por levarem sobre si a riqueza e a esperança de um ano de trabalho.

Hoje tudo é diferente já nem cereais se fabricam e só o cuco contínua por aqui o resto tudo o vento e o progresso levou.

 

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