Já cheira a Gorazes 2
A semana vai seguindo o seu curso normal e o dia tão desejado esta chegando, os forasteiros vindos de todo o lado vão passando alguns nem param, outros ficam para dormir e são uma bênção para as duas tabernas que existem na aldeia, que aproveitam a chegada destes clientes com os bolsos cheios para vender mais um pouquinho aproveitando-se da euforia dos forasteiros que por vezes abusavam da bebida.
Quem anda muito atarefado é o senhor José Fernandes conhecido por José Joga que os conhece a todos só algum que nunca demandou estas terras será desconhecido dele, mas logo lhe arruma uma alcunha que na maioria das vezes é o nome por que é conhecida a família a que pertence e tem nomes típicos de ciganos difíceis de fixar só o senhor joga sabe.
Os lavradores alheios a todo esse rebulício, pensam apenas na sementeira que segue sem grandes alterações, não se esquecendo dos planos que cada um tem nos negócios que os Gorazes proporcionam, uns tem seus vitelos para vender outros cabras, ovelhas burras e mulas e muitos outros animais de capoeira que também são vendidos nestes dias e alguns géneros alimentícios que podem ser vendidos ou trocados.
E a Marrâ, que coisa deliciosa um manjar dos deuses era a barriga do porco fresca que assada na brasa ou frita era algo maravilhoso, que saudades hoje já não sabe como outrora e que os mais abastados traziam para casa e aqueles que tinham pouco mas não são forretas porque esses nada comem para juntar dinheiro e aqui havia muitos desses que pena como devem estar arrependidos, a maioria já lã estão. Que Deus lhe deia paz.
Nos os jovens também desejávamos a chegada dos Gorazes, eram a feira dos sonhos havia sempre muito atracão, e para quem tinha passado grande parte do ano falando dela o seu dia era muito desejado.
Os mais afortunados iam logo no primeiro dia a que chamavam a feira dos equídeos , machos, burros e todos aqueles que não tinham esse privilegio se juntavam nas eiras esperando a sua chegada para saber o que havia de novo. Todos estávamos felizes e contentes ouvindo o que eles nos contavam e assim dormíamos aquela noite sonhando com a chegada dos Gorazes.
Já cheira a Gorazes……. E assim éramos felizes com tão pouco.