Hoje é sabado, visita à Quinta de Santo Antão
A noite já lá vai, eu levantei-me bem cedo, tomei o pequeno-almoço e peguei na bicicleta e ai vou eu, até a Quinta de Santo Antão.
Fica situada num lugar aprazível, com água e bons terrenos que eram condições propícias a fixação, de pessoas e animais. Foi sem dúvida ocupada há muitos anos, ainda estou a fazer o levantamento dos terrenos a volta da quinta e espero encontrar vestígios que me possam levar a crer que ais viveram pessoas muito antes da actual quinta.
O primeiro documento de que há registos foi, em 1699, aquando do baptizado da Infanta D. Isabel, filha de D. Pedro II, e da rainha D. Maria Francisca de Saboia de entre os convidados estava D. Luís Alvares de Távora, que era senhor de muitas terras de entre elas, Remondes com sua Quinta de Santo Antão.
Quando se realizaram as inquirições de 1758, lá aparece a quinta do Santo Antão com sua ermida, não sendo mencionado a quantidade de habitantes.
Quantas historias se passaram naquelas casas em ruínas, que guardaram para sempre tudo o que nelas se passou, algo que se sabe é pouco e data de tempos mais recentes.
A sua localização entre do cabeço da Paixão, e o cabeço Castanho, sendo abrigada dos ventos e privilegiada pela situação geográfica, podendo ser visto da quinta, parte do concelho de Macedo de Cavaleiros .
No século passado, dizem que fugindo com o amor proibido, por ali passou uma senhora, e por desgraça sua ali perdeu um véu de seda que viria a denunciar o caminho da sua fuga, abrindo oportunidade, aos criados de encontrar a patroa perto de Macedo de Cavaleiros, e obrigaram-na a regressar sem se procurarem o quanto amor ela tinha ou não pelo seu namorado, e lá regressou ela e depois a casaram com um indivíduo, que sofreu as consequências de um amor não desejado.
Em 23 de Maio de 1853, casou na quinta de Santo Antão um tal, António Bernardo Pedreira, natural de Mogadouro, filho legítimo de Manuel Ignácio Pereira e sua mulher
Bernarda Josefa, com Ana Maria Pacheco, solteira filha legítima de Alexandre José Pacheco, e Escolástica Maria, todos naturais e moradores na Quinta de Santo Antão.
Foram testemunhas, José dos Santos Gonçalves e José da Encarnação o pároco, Francisco António Gonçalves.
Pelo ano de 1891 ainda vivia este, António Bernardo Pereira na Quinta de Santo Antão, tinha 64 e sua mulher 62, tendo ficado viúvo e pelos anos de 1904 tinha, 78 e vivia sozinho com uma criada que se chamava Clementina, nesse tempo era fácil arranjar criadas….
Era conhecido pelo vila, por ser da Vila de Mogadouro, tinha cada tirada que foi por essas frases que ficou conhecido. Um dia lhe perguntaram que a terra que tinha na relva era boa e ele respondeu é mesmo mas o trigo amanha a estrada e vai parar na cortinha dos ferreiras de Vale da Madre conhecida por ser umas das melhores que havia por estas terras.