Viajens pela Tailandia

 

Ontem quando regressava de barco de Ayuthaya onde foi servido um almoço e de sobremesa tinha de entre outras fios de ovos, que uma pouco experiente dizia que deviam ser tiras de casca de laranja, na aparência pode ser enganada mas se tem experimentado com certeza que estaria convencida.

Esta e outras receitas foram deixadas pela viúva de Constantino Falcão, Maria Guiomar uma luso-descendente filha de uma japonesa e de um português, que perdeu os progenitores e veio com seus avôs cristãos perseguidos e seguidores da doutrina de Francisco Xavier que desde 1549 a 1552lancou a semente nas terras do Japão.

Maria Guiomar foi uma luso-descendente ignorada, poucos portugueses conhecem suas virtudes, de mulher que aceita o destino corajosamente conforme este se lhes apresenta.

Sofreu as consequências da intriga política e por isso perdeu o marido que foi executado por mando do rei, de nacionalidade grega Constantino Falcão.

Depois da morte do seu marido, Maria Guiomar fica com seu filho em residência fixa, não existem documentos que provem tenha sido molestada pelos siameses, mais tarde recuperou a liberdade. Foi ama de um príncipe que lhe ganhou tanta amizade que passava o dia todo com ele, e ela começou a suspeitar que a sua vida e do seu filho corria perigo, por isso forjou uma fuga de Lopo Burri para Bangkok onde lhe foi recusado o asilo.

Regressa a Bang Portuguet onde se tornou responsável pela cozinha real, parte de seu tempo é dedicado a ajudar os luso/descendentes, nas três comunidades residentes junto ao porto internacional de Pom Phet.

 

 

 

Recusou ajuda tanto de portugueses como de franceses que no fundo era ajuda interessada para se servirem dela, preferiu ficar sempre no reino e servir de cozinheira no Palácio do Reino de Sião onde por ironia do destino deixou algo que ainda perdura, o Foi Tong e os queques que hoje podem ser encontrados, sendo considerada confeitaria de alta gama, a mais preferida e de norte a sul da Tailândia.

Morreu e foi sepultada em campa desconhecida no adro da igreja de São Domingos do Bang Português, desconhecendo-se a data de sua morte

 

 

 

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