História da nossa terra, o elo perdido da capela de São Filipe.
Há dias voltei a ribeira, onde pode mais uma vez pesquisar os antigos vestígios de um povo
que ali habitou, e deixou muitos vestígios de tipo romano, tais como tégulas, imbrexes, e muita mais cerâmica que não vale a pena aqui mencionar.
O dia parecia, de fim de primavera, só que faltava a chuva que já anda a prometer há quase 5 meses e ninguém a vê, e o povo anda desanimado mas tem que ter paciência aqui sempre foi assim anos de fartura e outros menos bons.
Para a pesquisa é o tempo ideal, os vestígios se vêem a superfície sem ser preciso escavar seja o que for, e lá andei eu correndo por todo o lada o local onde eu penso ter existido a ermida de S. Bartolomeu, porque aqui na aldeia cada um tem o seu local, embora todos com um em comum, a soalheira do cabeço da Paixão.
Quando eu era criança, ainda me lembra de ouvir dizer que o antigo santo andava aos tombos lá pela sacristia e que depois quando foi arrumada a Igreja o deitaram fora, se é verdade nada posso provar mas que existiu essa capela não tenho dúvidas.
A capela de São Filipe deve datar dos tempos da fundação de Portugal e ali deve ter permanecido até ao tempo da repovoação levada a cabo pelo Rei D. Afonso lll, embora possa ter continuado a existir nesse local e como os habitantes desse lugar devem ter vindo para Remondes tendo acabado por ser abandonada e o santo trazido para a Igreja Matriz.
Mas ficam algumas perguntas, como sabemos hoje que esse local foi habitado por povos românicos, e será que aquando da sua extinção, podem ter ficado por ali alguns moradores? É possível o local era abundante em aguas e tinha bons terrenos para o cultivo, embora se situasse bem perto de outro local, sito na regada soalheira onde existem também vestígios românicos, embora devam ser de épocas diferentes.
Pois bem eu sempre defendi que a capela era num local que hoje é dos filhos de José Afonso, e onde encontrei restos de cal assim como duas soleiras, (assim chamadas por as pessoas colocarem uma sola para facilitarem o seu uso) onde girava a porta da capela, uma de cantaria e outra de pedra local, foi um pouco estranho ter encontrado uma soleira de cantaria porque ela so pode ter vindo de Vila de Ala que era o local mais próximos onde havia cantaria, mas também nos remete para um dilema o de saber, como foi ali parar.
Naquele tempo era muito difícil o transporte da cantaria, mas não impossível, embora deva ter ocorrido na alta idade média, a igreja tinha muito poder nessa altura.
Esta é a minha opinião, outras haverá que possam ser mais credíveis, eu penso que não, mas serão bem-vindas e na troca de ideias é que se aprende.
A historia da nossa terra.