A Casa da Residência
Era conhecida como a casa dos curas, e encontrei vários documentos em que se fala nela, segundo dizem, tinha uma entrada que não permitia que carros e carroças pudessem passar e por esse motivo foram feitas umas trocas entre outras, passo e descrever, no dia vinte de outubro da era de mil setecentos e oitenta e nove, houveram por bem crer ser mais útil, para o governo desta freguesia de Santa Catarina de Remondes, o reverendo paracho José António Moreiras natural da Quinta de Linhares mas paracho nesta terra, juiz da Igreja e Francisco Gonçalves mordomo do santíssimo, e mais o povo, trocar um chão na faceira que João Ignácio Baptista, tinha no limite da faceira a parte do casal do Morgado, a José Feliz com quem deve partir com outro que tem Francisco Rodrigues Pichorro, onde chamam o Covo, sendo deste mesmo lugar que parte com Raimundo Martins, e Francisco Rodrigues Afonso, cujas propriedades trocam uns com os outros, muito livremente e sem constrangimentos de forma alguma, sem porem senão a couza e duvida sua, e para todos fiz este documento de troca, na presença de testemunha Anastácio Gonçalves, Francisco Rodrigues Afonso, e pela trocadeira Bernarda Afonso, não sabe escrever e me rogou, dando licença para assinar por ela, Remondes 20-10-1789. Seguem-se as assinaturas de Francisco Gonçalves, juiz do povo, José Miguel mordomo, Francisco Rodrigues Pichorro tocador Anastácio Gonçalves.
Por volta de 1870 veio para esta freguesia um paracho de nome Francisco Manuel Pinto, a fim de substituir o padre Francisco António Gonçalves natural desta freguesia que passou para Mogadouro como arcipreste.
O padre Francisco Manuel Pinto, ninguém sabia de onde era nem de onde veio, mas hoje podemos dizer e escrever a sua origem e o seu amor a esta terra, por aqui esteve quase 15 anos, tendo encontrado escritos seus e outros testemunhos da sua passagem, o último foi aquando da realização do casamento de João Xavier Baptista Cordeiro e Maria Adelaide Pinto celebrado a seu mando pelo padre Pinto, que se realizou na Igreja Matriz de remondes aos 21-08-1912.
Nasceu em Izeda por volta de 1837, filho legítimo de José Joaquim Pinto e Isabel Lopes de Penascais, esta natural de Izeda. Teve vários irmãos de entre eles um veio casar a terra de seu pai, António Joaquim Pinto Pacheco casou em Remondes aos 26-02-1849, com Maria Luiza Parada, filha legítima de José António Morais Parada, este natural da Quinta dos Porrais, Castro Vicente e Rita Marias Gonçalves, desta freguesia.
Muitos foram os seus ocupantes, e o último foi o que mais tempo ocupou a casa da Residência desde 1896 até 1956, altura em que morreu, Júlio Afonso, natural de Caçarelhos.