As Amoreiras.
Quem não as conheceu,
os mais novos bem entendidos, elas estavam por todo o lado, onde houvesse um pedaço de terra pública la estavam elas, assim como os privados também as tinham, em Paradela eram muitas, foi uma das aldeias que mais produzia seda no concelho de Mogadouro, hoje poucas existem mas ainda ficaram os nomes, tais como lameiro da moreira, cortinha da moreira etc.
De entre todas as atividades, que se distinguiram na nossa região, é digno de citar o cultivo da amoreira e a criação do bicho-da-seda.
O cultivo da seda em Trás-os-Montes, teve o seu apogeu no século XVIII, tendo existido um empório da seda em Bragança, e uma feira muito importante em Moncorvo assim como vários filatórios em várias terras de entre eles o de Chacim, que ainda existem as ruinas bem conservadas, que foram recuperadas, onde hoje existe um museu, que pode ser visitado.
Portugal foi dos primeiros a produzir seda na Europa, e foi em Trás-os-Montes, que ela encontrou o clima e a terra favorável ao bicho-da-seda chamado Sirgo, que a troco da folha da amoreira dava a seda.
Mas não há bem que sempre dure, no século XVIII, apareceram em França várias epidemias que dizimaram o bicho, e mais tarde vieram para Portugal tendo afectado toda a produção do Pais menos a região de Trás-os-Montes, onde o sirgo resistiu muito bem a epidemia, devido ao clima não lhe ser propício, houve quem atribuísse a sua resistência, à qualidade das folhas e ao seu clima.
Por volta de 1863, começaram a faltar as folhas, devidas as amoreiras serem poucas, e por isso o governo obrigou todos os municípios a plantar amoreiras em tudo o que era público, desde baldios, praças públicas, estradas e caminhos, e até ruas, poucas são as cidades de Portugal que não tem a sua rua das amoreiras.